3 de marzo de 2011

VAMOS FALAR


No mundo dos livros os caminhos são muitos e navegáveis.
Como na secção anterior, continuaremos a falar de livros. É um tema que não se esgota nas primeiras palavras. Falaremos do livro como objecto de colecção, do livro de papel, do livro digital, do livro de poemas, do livro de História e de estórias.
Dos livros que marcaram uma vida.
Começaremos com os textos que a nossa amiga Graça nos envio e depois dos primeiros preparativos lançamo-nos …viagem dentro.

3 comentarios:

Anónimo dijo...

Um pouco de poesia brasileira para nosso grupo:

IMPRESSIONISTA
Adélia Prado

Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.

ENSINAMENTO
Adélia Prado

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

Maria das Graças Targino

Anónimo dijo...

Constantemente amanhecendo...e mito bonito!

Anónimo dijo...

"No quiero rosas mientras haya rosas"
No quiero rosas mientras haya rosas.
Não quero rosas, desde que haja rosas.
las quiero cuando ya no las pueda haber.
Quero-as só quando não es possa haver.
¿Qué he de hacer con las cosas
Que hei-de fazer das coisas
que cualquier mano puede coger?
Que qualquer mão pode colher?

No quiero la noche sino cuando la aurora
Não quero a noite senão quando a aurora
la hizo en oro y azul diluirse.
A fez em oruro e azul se diluir.
Lo que mi alma ignora,
O que a minha alma ignora
eso es lo que quiero poseer.
É isso que quero possuir.

¿Para qué?... Si lo supiese, no haría
Para quê?... Se o soubesse, não faria
versos para decir que aún no lo sé.
Versos para dizer que inda o não sei.
tengo el alma pobre y fría...
Tenho a alma pobre e fria...
Ah, ¿con qué limosna la calentaré?...
Ah, com que esmola a aquecerei?...

De Fernando Pessoa (Ortónimo) 1913-1934

Espero que os goste. Marta